Às vezes é preciso chorar. O final de semana se aproxima e a felicidade
também. A felicidade vai ao ápice e depois desaparece aos domingos. Não deveria
ser assim, pois o argumento nunca é falho aos amigos, ele é falho apenas a você
quando a solidão tranca a porta com você dentro. A vida, no seu completo ‘’blá
blá blá’’ traduz de forma ampla e estigmatizada o ato de ir e vir sem sentir.
Quero fazer o certo o tempo todo, pois um minuto do errado que faço se
torna quase um ano ou dois. É assim que a vida vai me ensinando, percebo que
sou uma grande cobaia e ninguém me perguntou se eu gostaria de ser tudo isso.
Trago comigo resquícios do passado que em suma, me incomoda de uma maneira onde
eu jamais estive. Trago comigo um livro de bolso que me foi dado de presente.
Nele estava escrito um pedido que é muito difícil de realizar. Quero deixar
claro aos meus leitores que infelizmente não escrevo quando estou feliz.
Geralmente, quando estou feliz passo meu tempo aproveitando a felicidade e não
tenho tempo para escrever.
Gosto de futebol, gosto de pássaros, gosto de sorrisos de graça e também
gosto de aperto de mão forte. Não gosto de malandro, não gosto daquele tipo de
dente que é mostrado a todo instante. Gosto de olhar para o céu ouvindo uma
música escolhida por mim, e no próprio céu observar as minhas loucuras sendo transformadas
em asilo para o estado sereno. Quero meu programa de rádio favorito sempre que
eu apertar o botão, quero a paz para meus irmãos e que todos possam viver em
comunhão.
Tem uma emissora por aí que diz solenemente que se liga em você, mas ao
contrário dessa linda forma de viver e pensar, há um pequeno ato de apoio aos
sexagenários mestres da corrupção. Reprovo a sociedade, abraço a solidão e, no
entanto, não sou tão ingrato a ponto de não ver o sábio, o amável e o de mente
nobre quando de tempos em tempos eles passam diante de meu portão.
E quando o dia não era longo o bastante e também a noite precisava ser
consumida em rememorações ansiosas; quando a cabeça fervia toda noite sobre o
travesseiro com o nobre feito sobre o qual refletia; quando o luar era uma
febre prazerosa, e letras as estrelas, signos as flores e o ar forjado em canção;
quando todos os compromissos soavam como impertinências, e todas as mulheres e
homens correndo pra lá e pra cá nas ruas, meras figuras pintadas.
Somos os fotômetros, a folha de ouro e o capilar sensível que mede a
acumulação de qualquer elemento sutil. Conhecemos os efeitos autênticos do
verdadeiro fogo em cada um de seus milhões de disfarces.