segunda-feira, 7 de maio de 2012

Domingos


Às vezes é preciso chorar. O final de semana se aproxima e a felicidade também. A felicidade vai ao ápice e depois desaparece aos domingos. Não deveria ser assim, pois o argumento nunca é falho aos amigos, ele é falho apenas a você quando a solidão tranca a porta com você dentro. A vida, no seu completo ‘’blá blá blá’’ traduz de forma ampla e estigmatizada o ato de ir e vir sem sentir.
Quero fazer o certo o tempo todo, pois um minuto do errado que faço se torna quase um ano ou dois. É assim que a vida vai me ensinando, percebo que sou uma grande cobaia e ninguém me perguntou se eu gostaria de ser tudo isso. Trago comigo resquícios do passado que em suma, me incomoda de uma maneira onde eu jamais estive. Trago comigo um livro de bolso que me foi dado de presente. Nele estava escrito um pedido que é muito difícil de realizar. Quero deixar claro aos meus leitores que infelizmente não escrevo quando estou feliz. Geralmente, quando estou feliz passo meu tempo aproveitando a felicidade e não tenho tempo para escrever.
Gosto de futebol, gosto de pássaros, gosto de sorrisos de graça e também gosto de aperto de mão forte. Não gosto de malandro, não gosto daquele tipo de dente que é mostrado a todo instante. Gosto de olhar para o céu ouvindo uma música escolhida por mim, e no próprio céu observar as minhas loucuras sendo transformadas em asilo para o estado sereno. Quero meu programa de rádio favorito sempre que eu apertar o botão, quero a paz para meus irmãos e que todos possam viver em comunhão.
Tem uma emissora por aí que diz solenemente que se liga em você, mas ao contrário dessa linda forma de viver e pensar, há um pequeno ato de apoio aos sexagenários mestres da corrupção. Reprovo a sociedade, abraço a solidão e, no entanto, não sou tão ingrato a ponto de não ver o sábio, o amável e o de mente nobre quando de tempos em tempos eles passam diante de meu portão.
E quando o dia não era longo o bastante e também a noite precisava ser consumida em rememorações ansiosas; quando a cabeça fervia toda noite sobre o travesseiro com o nobre feito sobre o qual refletia; quando o luar era uma febre prazerosa, e letras as estrelas, signos as flores e o ar forjado em canção; quando todos os compromissos soavam como impertinências, e todas as mulheres e homens correndo pra lá e pra cá nas ruas, meras figuras pintadas.
Somos os fotômetros, a folha de ouro e o capilar sensível que mede a acumulação de qualquer elemento sutil. Conhecemos os efeitos autênticos do verdadeiro fogo em cada um de seus milhões de disfarces.

Um comentário:

  1. algo parecido...

    Tristeza não tem fim
    Felicidade sim

    A felicidade é como a gota
    De orvalho numa pétala de flor
    Brilha tranquila
    Depois de leve oscila
    E cai como uma lágrima de amor

    A felicidade do pobre parece
    A grande ilusão do carnaval
    A gente trabalha o ano inteiro
    Por um momento de sonho
    Pra fazer a fantasia
    De rei ou de pirata ou jardineira
    e tudo se acabar na quarta feira

    Tristeza não tem fim
    Felicidade sim

    A felicidade é como a pluma
    Que o vento vai levando pelo ar
    Voa tão leve
    Mas tem a vida breve
    Precisa que haja vento sem parar
    Tom Jobim

    Saudade Edú

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