quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Política, Pantanal e perseverança...



O piano toca e eu começo a escrever. O vento bate e as folhas caem mostrando que ainda há um resquício de outono neste calor invernal. Hoje briguei com meu pai e quando isso acontece, meu dia se torna demasiadamente desinteressante. Assim como mãe, pai também só tem um, pena o meu estar tão em dissintonia com minhas ondas que se perdem nesse espaço que ninguém sabe o tamanho.
Neste último final de semana fui para Corumbá, cidade do MS que faz fronteira com a Bolívia, no meio do Pantanal. No caminho, vi inúmeros jacarés que tomavam sol beirando os ‘’mini pântanos’’ desta época do ano. Árvores secas que enfeitavam a beira da estrada, tucanos, papagaios, araras, tuiuiús (ave grande, típica da região), onças, e sucuris integram a formação desta grande região do Brasil. Um povo que é formado por uma mistura de índios bolivianos, brasileiros e colonizadores do sul do Brasil.
No hotel, muitos turistas de diferentes regiões do Brasil e do mundo. Fazia tempo que não usufruía daquelas imensas mesas de café da manhã, foi legal! Numa das manhãs que passei por lá, enquanto esperava meus companheiros de trabalho descerem dos quartos, fumava meu cigarro e conversava com uma boliviana que vendia roupas e tecidos. Surpreendeu-me a vontade que aquela mulher tinha de superar os baixos da vida. Não que ela possuísse altos mas, de qualquer forma, nossas cabeças sempre produzem sonhos que um dia, dependendo de nossas posturas, podem ser realizados com êxito.
Nesta viagem também vi um travesti vestido de freira que esperava a chegada do Governador do Estado no aeroporto. Foi uma mistura de engraçado, com ridículo e bizarro, ainda não defini o que achei daquela aberração da natureza. A briga de cotovelos é intensa para disputar uma boa posição para os flashes. Às vezes me pergunto como pode uma pessoa idolatrar um político? Ou ainda mais profundo que isso, esperar ansiosamente uma pessoa que nem sequer sabe da existência de quem o espera?
Não acho isso de todo ruim, porém encontrar idolatria política é um passo para a desordem, caso isso chegue ao meio da balança, pois na maioria das vezes isso pende para o lado dos maiores, os mais politizados, cultos e por aí vai! Essa balela que a gente ouve sempre! O fato é que, quem vota no ídolo, come carniça e a carniça é o próprio ídolo. Assim, podemos fazer uma analogia com o nosso grande Pantanal que, quando um animal morre na estrada, logo vira comida para os corvos (abutres, urubus, etc.) e a gente vê um monte de corvos ao redor da carniça, semelhante ao deslumbre que presenciei no aeroporto regional de Corumbá.
De uma forma geral, a viagem foi maravilhosa. Tudo que vi também foi (a gente sempre aprende com os olhos e ouvidos), a companhia estava ótima e a boliviana local me ensinou um pouco sobre perseverança, que Deus ajude aquela moça. Não sei onde estarei amanhã, mas assim que possível, postarei algumas fotos que tirei e mais comentários infames, parecidos com alguns que rodam por aí. Um pouco mais autêntico e ignorante talvez.

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