sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ecos de uma dúvida eloquente


E aqui estou eu mais uma vez escrevendo na madrugada que começa sem avisar que chegou. Hoje pensei sobre as frutas que dão no pé como se fosse um presente. Um presente que não se compra, apenas está lá, enfeitando as mais diferentes árvores. Quantas cores e sabores! Tem a de caroço pequeno, tem a de caroço grande e também tem aquelas que não têm caroço e são relativamente mais caras, tendo em vista que, o homem por achar ruim mastigar o amargo do caroço, manda fazê-la sem. Talvez para o mesmo cientista que ''descobriu'' a origem da humanidade.

Quantas coisas passam na cabeça de um homem que faz de sua madrugada, a extensão dos sentimentos. Às vezes escuto música e lembro-me do meu pai que, na maioria das vezes, me dava dinheiro para comprar minha coleção de músicas. O que seria de meus sonhos se eles não tivessem saído pela porta falando para mim que eles logo voltariam e que não era para eu me preocupar?

Tentando não cair na mesmice ou no plágio, me pego escrevendo coisas semelhantes à de pensadores sem escrita. Também, pudera! Quantas cabeças espalhadas por aí que mal conseguem se equilibrar no pescoço cansado da mesma posição.

Tento entender o porquê de algumas escrituras serem tão severas com a nossa realidade. Paciência pede o prudente. Harmonia pede o maestro e humildade pede o humilde. Contraditório sim. É impressionante como nessa vida um minuto pode modificar tantos outros na breve história de uma pessoa. Uma fala, uma audição, uma construção e, conseqüentemente uma destruição. Uma palavra, duas palavras, uma música, um olhar aberto e um sorriso constante. Uma madrugada, um pensamento, uma saudade e nenhuma foto com duas pessoas para olhar.

Enquanto o chão quadriculado espelha o meu balançar de cabeça contínuo, a vida traga o restante de sentimento esquecido em meio a uma linha telefônica. De que adianta saber que há sempre duas versões dos fatos se você sempre tenderá para um dos lados? Percebo que a crueldade de um comentário pode fazer com que uma pessoa acerte o ponto menos equilibrado de uma balança que julga não estar errada nunca.

Sei que daqui a pouco os pássaros coloridos que voam por aqui, estarão mostrando o melhor dos cantos, como se não houvesse amanhã para cantar novamente.

Lendo um de meus escritores preferidos, observo que não tive a oportunidade de me tornar inteligente o quanto gostaria na minha idade. Se assim acontecesse, pediria a Deus o vocabulário mais adequado para conversar com todo mundo ao mesmo tempo, mesmo que minha inteligência me dissesse rispidamente aos ouvidos que aquilo seria algo impossível de se tornar realidade.



‘’Que dó tenho eu das crianças que vêm ao mundo; que dó tenho eu de um pai e uma mãe que não tem filhos ‘’



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