quinta-feira, 29 de julho de 2010

Tempo?


De tempos em tempos nossos objetivos, sonhos, pensamentos e atitudes mudam. Saber que existe um relógio pronto para despertar enquanto estamos na paz de um sono bem dormido é algo que nos remete a uma obrigação cotidiana.

Computador, celular, GPS, etc., são tecnologias de prateleiras que são lançadas para satisfazer o impulso do tempo nas pessoas. Décadas atrás não existia celular e todos no entanto, viviam bem sem se preocupar aonde deveriam estar passando seu tempo. Embora naquela época existisse relógio, o relógio não estava imerso dentro de um telefone móvel que além de hora, disponibiliza também o seu lugar no mundo. É como se a todo instante alguém te observasse e necessitasse saber onde você se encontra naquele determinado momento.

Nós, seres humanos, observamos os anos que passam e a cada ano, costumamos dizer que há uma sensação daquele determinado ano ter passado mais rápido do que o anterior. Essa sensação que a ciência provavelmente chama de teoria do “sei lá o que”, mostra o quão rápidas e ansiosas andam nossas cabeças e tudo vai ficando tão louco e tão contraditório que por vezes passamos a caminhar contra o tempo, como se ele em determinado momento não existisse.

Às vezes, quando ando de ônibus e principalmente de metrô, vejo um mundo à parte enquanto as pessoas esperam seu destino. Saber que todos que ali se encontram, irão em poucos instantes estar cada um na sua casa, escritório, consultório e, provavelmente, minutos após, um rosto bonito no meio da multidão será observado por um... será esquecido por outro...

Os ensinamentos que levamos dessa vida maluca se destinam a nossa caixa de memória ou caixa do tempo. O tempo fala por si e para ele pouco importa se está sendo cronometrado ou não. Para ele não há incertezas, elocubrações, paranóias e situações do gênero. Todos os dias são iguais e os ventos que nos congelam o rosto em um dia de frio, amenizam o calor insuportável do sol escaldante de alguém que trabalha sob Ele.

Neste mundão de meu Deus há relógios por todas as partes e cada um com sua tarefa. Um está incumbido de se mostrar visível aos olhares turísticos de quem passa na praça, outro cumpre sua função de acordo com os honorários prestados. Que imaginação criar a hora, não? Imaginem que ontem à noite, enquanto lia meu livro deitado na rede, por alguns minutos olhei para o céu estrelado e pensei que o ontem, a mim foi entregue de maneira tardia, porque ainda hoje lembro dele como se fosse meu amanhã.

Por este tempo que não volta, termino este texto chato dizendo que o meu tempo cobrou minhas palavras que foram desperdiçadas ao ouvido de quem mais gostaria que entrasse. O meu tempo é diferente do resto do mundo e vice-versa, mas no fim das contas, Ele, o tempo, não se perde!

Um comentário:

  1. O tempo existe na delimitação humana para demarcar nossa existência, a história do Homem e das coisas que o cercam. Mas o tempo de nossas almas é outro "tempo"; é o tempo de alcamar, de refletir, de entender e depois avaliar se esquecemos, se perdoamos, se retornamos, se seguimos, se seguimos juntos, se de novo esquecemos. Esquecer o "bom" é sempre mais rápido, leva menos "tempo"... o mais difícil é esquecer o "ruim"... geralmente leva mais "tempo", e o ruim sempre estará presente, de uma forma ou outra, em nossa existência. Entretanto quando não lembramos mais com tanta frequência das coisas ruins é porque já nem sofremos tanto, e então podemos ver que o tempo é um nosso aliado ao amadurecimento...

    Eduardo, eu adorei as coisas que você escreve...continue,

    bj de sua amiga

    Norma

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