quarta-feira, 21 de julho de 2010

Uma aventura que ainda não morreu ( Parte II)

Não tinha planos de namorar e sempre soube que essas coisas ligadas ao coração, além de ninguém conseguir explicar, a gente não consegue planejar nada. Os dias passavam e a proximidade com ela era cada vez maior, era como se fossemos um só. Como disse anteriormente, a minha casa, não era ''minha casa'' e para cada copo fora do lugar, devia-se uma explicação para o grande acontecimento. Ela foi se transformando a presença e a força frente a ausência de tudo que sentia, tudo que toca e preenche a vida.
Era como se o amor tivesse entrado no lugar da faculdade e logo, tomasse conta da minha prioridade de estar em São Paulo. É incrível como a vida se encarrega de nos levar a lugares inóspitos. Sempre fui uma pessoa que dei mais valor ao coração que à razão, mesmo sabendo que mais tarde, isso poderia acabar comigo. Minhas médias escolares sempre foram exemplares, nunca peguei recuperação e sempre tive facilidade na área de humanas. Inúmeros foram meus erros desde os 17 (quando saí de casa, pois é, isso eu conto outra hora) e talvez por ser filho único, sempre quis as coisas ''para ontem'' com relativo grau de ansiedade que somada a mais alguns anos de vida, posteriormente, seria o divisor de águas da minha breve vida.
Na medida em que os dias iam passando, minha felicidade momentânea ia aumentando. Sabe como é, em cidade nova, tudo é novo, até mesmo o jeito que as pessoas caminham na rua a gente acaba observando. Lembro como costumavam ser os finais de tarde em que passávamos na escadaria da Cásper contemplando cada caminhar humano, seguidos de seus tropeços. Fazíamos barulho com a boca e dávamos muitas gargalhadas como se ninguém estivesse por perto nos observando. Caminhávamos sem rumo, ora íamos comer, ora escutar música, mas sempre com a ideologia de que aquilo nunca morreria.
Naquele momento, triste era chegar em casa e observar minha tia deitada no sofá vendo novela com um mau humor do cão por causa do meu tio que ainda não havia chegado. Acreditem, o mau humor era tamanho e tão rotineiro que seu rosto adquiriu um formato desses pequenos emoticons (tristes) com os lábios em forma de ''parênteses'' virado para baixo.
Passado o relato diário obrigatório, era hora de curtir um telefone e falar mais besteiras, dar mais risadas, cantarolando e fazendo paródias viajando na vida. Na minha vida sempre faltou algo nessas horas, estava com minha namorada e longe de minha família que naquele momento já fazia parte de uma imensa saudade e resquício de algo que havia deixado para trás. Certa vez, em meio a minha maior crise de ansiedade meu tio me disse: Sabe o que vai acontecer? A gente vai te dar um pé na bunda, a Tatá vai te dar um pé na bunda, sua família...sua família não é claro. Meses mais tarde a profecia dele havia se concretizado infelizmente. Isso me traz algum remorso, não muito forte, por conta de todos os anos em que deixei de participar de alguma confraternização familiar (Pai e Mãe) em troca de alguns dias seja com namorada ou com amigos. Mas a minha culpa logo ia embora porque de certa forma sempre fui um filho que embora louco, nunca dei problemas aos meus queridos e amados pais.
Lembro quando chegou o primeiro final de semestre na minha faculdade de Cinema e estava com problemas na disciplina de Sociologia por conta de uma professora insuportável que tive (ela era tão irritante que mais tarde acabou sendo afastada da faculdade por incompatibilidade com alunos) nas outras disciplinas tudo estava bem. Estava ansioso para o final de ano, buscando informações sobre onde passaríamos o reveillon (minha namorada e eu). Quando o ''boletim eletrônico'' saiu na internet, estava minha nota reprovada e minha única DP até o dia de hoje. 3 colegas e eu, havíamos feito uma prova que tinha apenas 2 perguntas e valia 8 e a média da faculdade era 7. Acabamos acertando uma questão e meia e fomos reprovados. Não houve acordo e com plenos 23 anos tive de aceitar um castigo de passar minhas férias inteiras na casa de meus pais em Campo Grande - MS (de onde escrevo agora) sendo que, já tinha marcado toda minha viagem juntamente com minha namorada até então. A raiva tomou conta e o sapo teve de ser engolido. A vontade era de mandar meu tio e minha tia às favas, mas aquilo não poderia ser feito porque afinal de contas, eu morava de favor. Consegui convencê-los a passar pelo menos o Natal em São Paulo e logo sairia da casa deles e iria seguir minha viagem combinada para Ubatuba. Essa viagem exige um post somente para falar dela...

A história continua...

Um comentário:

  1. Legal cara, to acompanhando
    Colocaram um novo professor de socio. Ele eh muito firmeza.
    gente fina!
    Ele da aula pras meninas de Moda. Ter aula com elas vai se legal ein? ehuehueh
    abraco!

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